segunda-feira, 29 de setembro de 2014

À mosca que me rodeou no solitário sábado, no solitário bar:
Posso parecer podre em minhas frequentes atitudes hipócritas, mas juro que estou tentando o meu melhor. Deixe-me tomar minha cerveja em paz.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Pessoas se derretendo por corujas, lóris e porcos-espinho. Acho sinceramente preocupante.
Preocupante não o fato de que elas gostem dos animais - isso é natural; eles são, de fato, criaturas adoráveis.
A problemática é gostar deles de um jeito possessivo. Os comentários mais recorrentes são do tipo  "quero um desses para mim".
Como se fosse um objeto. Como se você pudesse comprá-lo numa loja e jogar fora quando não estivesse mais se divertindo.
Mas que ironia: você pode fazê-lo, sim!
Não é ético, mas é incrivelmente aceitável em todas as instâncias da sociedade.
E não me preocupo só com esses animais, mas com todos os outros - cães, gatos, pássaros, tartarugas, iguanas e aranhas -, vendidos como brinquedos, muitas vezes resultado de alguma chantagem emocional infantil.
Como pode ser aceitável você se sentir dono de outra vida? Você nunca vai ser dono do "seu" cachorro. O fato de que você (absurdamente!) trocou uma certa quantidade de papel por aquela bolinha de pelos, não te dá direitos sobre a vida dela.
Mas as relações de possessividade já estão tão bem estabelecidas, agarradas nos nossos costumes, que parece simplesmente natural que você possa decidir o destino de outra vida (seja ela de um animal humano ou não humano).
"Minha mulher", "meu cachorro", "meu filho", "meu terreno"... A própria forma arranjada para referência às coisas e seres é possessiva.
Mas a possessividade é uma tremenda ilusão.
E pior do que se iludir com o pensamento de ser dono, é se iludir com a sensação de pertencer a alguém.

domingo, 31 de agosto de 2014

e se
naquela quarta-feira, provavelmente uma das mais depressivas da época depressiva
você não tivesse levantado da sua mesa
pra ver se a garota solitária estava bem?

quais são as chances?

nossos sentimentos vivem num mundo paralelo
numa dimensão onde o tempo e o espaço não atuam
onde as leis da física e da sociedade não importam

te amo
mas não de um jeito possessivo
de um jeito carinhoso
como o carinho daqueles dias em que nosso amor é puro, 
intelectual e pessoal
sem carne 

às vezes até me apaixono, de um jeito carnal
quero te beijar e te ter em corpo
mas te amo independentemente disso
não tem grilo
a alma basta

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Se Lamarck ainda existisse, com certeza já teria uma teoria sobre como os polegares das próximas gerações viriam cada vez mais encurvados e ágeis, adaptados à digitação em teclados de celular.

domingo, 10 de agosto de 2014

Dia dos pais não existe! Dia das mães também não, nem das crianças.
Entendam a ilusão de uma data criada para comprar, endividar-se, esbaldar-se nos templos do consumo que a maioria chama de "shopping centers".

sábado, 5 de julho de 2014

Na verdade, o Z do Zorro era de Zoeira, não de Zorro.
Zorro < > Zorra
Homo erectus > Homo sapiens > Homo hereticus

domingo, 29 de junho de 2014

Há uma forma de conhecer alguém
 sem que as crenças religiosas, 
políticas ou de qualquer natureza similar 
influenciem na profundidade 
da empatia 
ou do conhecimento 
das opiniões próprias dos indivíduos
com os quais nos relacionamos?

domingo, 22 de junho de 2014

isn't it weird
the fact that drugs
- and I'm not talking heavy stuff here -
they just make you see stuff
it's like a paradigm shift
you give less fucks about everything
it all becomes more practical
and it seems like it'll all be ok
it's some kind of mind opening thing...

And then I started to ask myself
- and this is kind of conspiracy theory way of thinking -
but if you really think about it:
are drugs either a taboo or illegal
because they open your mind and "they" don't want you to think like that?

(by "they" I don't really know what I mean, but it goes around the "Big Brother" kind of stuff)

I've never had mushrooms, for example, but I know some people, and I've read stuff
that it's the kind of feeling that just makes you think differently and feel connected with everything around you.
And isn't that what we need, afterall? Being connected?

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Frequentemente comento sobre homogeneização do pensamento, que isso facilita a manipulação, que uma massa uniforme é mais facilmente controlada.
Não é à toa. Basta pensar em uma população de indivíduos com baixa variabilidade genética: qualquer doença relacionada a este genoma recorrente, que afete aquela população, irá facilmente dizimá-la.
A manutenção da variabilidade é fundamental à sobrevivência da espécie.